sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PAPEL DE PAI E MÃE Francisco Baptista Assumpção Jr*

*Psiquiatra Infantil. Professor Livre Docente pela Faculdadede Medicina da USP.


Professor Associado do Instituto de Psicologia da USP


i) NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A CRIANÇA
Você já parou para se perguntar sobre o quanto é difícil ser pai e mãe e, em
consequência, cuidar de alguém totalmente dependente de você? Não? Então vejamos:
LEMBRE-SE: A criança é um indivíduo em uma fase mais primitiva de desenvolvimento que
as pessoas adultas e por isso, tem que ser vista a partir de sua ótica e não da ótica do
adulto, que é o responsável.  Isso porque se é viável para o adulto descer até ela, é
impossível para ela pensar como alguém adulto.
Assim, se ele tem maiores dificuldades em compreender, você não deve deixar
de conviver ou de brincar com seu filho achando que ele não entende. Pelo contrário,
favoreça esse contato.
Você pensa que seu filho não perceberá sua participação, porém ele se
beneficiará, não só socialmente, mas também pelos estímulos que ele receberá e pelos
papéis sociais que ele aprenderá com e a partir de você.
E aí vem a pergunta: todas as crianças são iguais? Claro que não! Em primeiro lugar
porque são pessoas diferentes e como tal devem ser tratadas e em segundo lugar porque
seu grau de compreensão também é diferente conforme sua idade.
Você já deve ter escutado mil coisas sobre a criança, a maior parte delas
bobagens, fruto do conhecimento vulgar, divulgadas  como se fossem verdades absolutas.
Não se preocupe muito com isso pois essas coisas costumam ter um valor muito relativo
e só interessam como curiosidade pois ter filhos não significa saber cuidar deles.
Mas, A  criança  deve  ser  vista dentro de  seu ambiente e, em consequência,
apresentar demandas diferentes que requerem atitudes e cuidados muito diferentes.
LEMBRE-SE BEM: Essas considerações são sempre gerais, não são estáticas e imutáveis
e,por isso, você não deve desanimar no que se refere ao cuidado com a criança e, muito
menos, achar que você sabe tudo uma vez que seus pais, e antes deles seus avós, já
cuidavam dos filhos. Essas considerações são sempre gerais, não são estáticas e imutáveis
e,por isso, você não deve desanimar no que se refere ao cuidado com a criança e, muito menos, achar que você sabe tudo uma vez que seus pais, e antes deles seus avós, já
cuidavam dos filhos.
Ser pai e ser mãe leva, obrigatoriamente, à reflexão constante sobre o que se faz,
como  como se faz e para quem se faz uma vez que, as crianças, como já dissemos, são
totalmente difere    diferentes umas das oudas outras...
Outra pergunta muito comum quando se refere a algum problema que a criança
apresenta é: de quem é a culpa pelo que está acontecendo? Saiba que, na maior parte das
vezes, ninguém tem culpa, e quando existe uma responsabilidade sobre o fato, essa é
familiar uma vez que existem muitos fatores que interferem no comportamento infantil.
Assim, existem condutas suas que se refletirão nas  atitudes da criança e que se
reverterão contra ela própria e contra a família.
Isso porque existem fatores que ocorrem durante a própria vida da criança
como perdas, problemas educacionais e outros que se refletem em suas condutas. Por isso,
como cuidar dela?
 Uma  criança  é um  organismo em  desenvolvimento, e  por isso,  pode ser
facilmente afetado. Assim, merece muitos cuidados.


Quando você não  souber o que fazer procure informar-se  com quem  sabe.  Um
médico  pediatra  pode  ser o profissional  mais  fácil de  ser procurado. Quando for
possível, um psicólogo ou um psiquiatra de crianças também são excelentes alternativas.
Veja, não é tão difícil pois "uma  criança" precisa de coisas que todas as
crianças precisam: afeto, carinho, atenção...
ii) A FAMÍLIA E A CRIANÇA
A família é uma organização única, célula básica da sociedade; é também uma
unidade de troca, onde os valores são amor, proteção, segurança, bens materiais e
informação.
Toda criança é produto de muitos fatores recíprocos. O sucesso da criança vai
depender do ajustamento dos pais e de suas habilidades para prover os filhos e suas
próprias necessidades pessoais.
A compreensão do potêncial de qualquer criança é função dos pais ao acompanharem seu crescimento e desenvolvimento. Cabe também aos pais a exploração das
aptidões inatas e depende da força constante e do apoio que a criança recebe seu bom
aproveitamento. Para conduzir bem esse trabalho os  pais devem reduzir ao mínimo os
conflitos emocionais pois os ajudará a aumentar a reciprocidade entre eles e a criança. Os
pais de crianças com alguma dificuldade às vezes precisam de ajuda para evitar seus
conflitos, ansiedades e frustrações.
LEMBRE-SE: O bom  ambiente  familiar  é fator  importante  no  desenvolvimento  sadio
das crianças.
A criança precisa ser socializada para não ficar em desvantagem com as
outras pessoas; nesse processo de socialização ela  deve ser olhada como um indivíduo
único. Todas as suas necessidade biológicas e psicossociais estão interligadas e sofrem
transformações à medida que criança cresce.
Sem ajuda e apoio dos pais a socialização será muito mais difícil. Para ela, o
estímulo, a motivação e o afeto dos pais é imprescindível para uma boa orientação. A criança
precisa formar um bom conceito de si mesmo, sentindo-se aceito.
O aprendizado do comportamento social adequado começa no lar, com a família,
sendo os pais os responsáveis pela educação informal. Os estímulos dados e as respostas
emitidas devem estar unidos para que o comportamento possa ser fortalecido ou
enfraquecido.
LEMBRE-SE: Confie no seu filho que ele responderá adequadamente. Todas as pessoas
respondem bem a confiança depositada nelas.
A criança precisa ser disciplinada e essa necessidade é decisiva. Esse princípio de
disciplina precisa vir dos pais. Não é bom criar o seu filho com indulgência pois este fator o
diferenciaria dos outros filhos. Para estimula-lo no seu desenvolvimento, como pessoa
independente e auto-suficiente, precisamos dar-lhe  condições para ser responsável. Como
pais, temos que preparar a criança para a sociedade competitiva.
 Os pais devem ensinar desde cedo a seus filhos o princípio da autoridade. Esse
aprendizado facilita a interrelação das pessoas, pois quando há respeito há bom
relacionamento.
LEMBRE-SE: Você  é  responsável  pelo  bom  ajustamento  de  seu  filho na  sociedade
ampla. A família não deve esquecer-se que, dependendo de sua maneira de tratá-
las, as crianças são levadas a se desvalorizarem. Depende dos pais passar a seus filhos um
bom conceito de si. Um saudável conceito de si mesmo aparecerá com certeza se a
criança tiver seu desenvolvimento encaminhado corretamente, isto é, da dependência para
uma independência cada vêz maior. Mesmo que a criança tenha problemas, suas
dificuldades serão abrandadas se for adquirindo um autoconceito favorável.
LEMBRE-SE: Ajudar a  criança a desenvolver  uma  auto-imagem favorável é decisivo para
sua vida. Colabore.
As crianças precisam ter autoconfiança e o passo inicial para isso é a sua
aceitação, da maneira como ela é, acreditando no seu valor e na sua possibilidade de
progredir. Se ela se aceitar estará facilitando a sua adaptação social. Cabe à família
ajudar as crianças a reconhecerem seu valor, fazendo-as compreender que são desejadas
e amadas. Para os pais passarem isso precisam ter claro para si, buscando aceitação do
filho como ele é, lidando com as suas limitações e  ajudando-os a conseguir o que podem
fazer. O respeito é fundamental nas relações assim  como a preocupação com os
sentimentos; a avaliação criteriosa das possibilidades levará essas crianças a terem mais
segurança no mundo. É função da  família mostrar à criança um mundo seguro.

PARA TEXTO COMPLETO ACESSE:

http://disturbiosdodesenvolvimento.yolasite.com/resources/papel_pai_e_m%C3%A3e.pdf

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